Quando brincar deixa de ser uma simples brincadeira é hora de os adultos repensarem o seu papel. E aqui vale também pensar na sua contribuição para a construção da sociedade. Em pleno mês de março é fundamental que possamos discutir o que é brincar e porque não devemos moldar tudo em brincadeiras de menino e de menina.
Estamos mesmo em um importante momento para falar sobre brincadeiras. Brincar, segundo o dicionário Aurélio é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou seja, brincar é uma realidade de nossas vidas e para as crianças é uma importante contribuição para a formação do sujeito.
Uma criança, é antes de tudo uma criança. Livre, aberta e com todas as possibilidades de preencher seus espaços e sua história. O determinismo de tão cedo tirarmos da criança a capacidade de aprender e apreender informações e contextos de todas as possibilidades é também o desperdício da oportunidade. A brincadeira é chance que a criança tem de experimentar, de cultivar e de aprender a entender o mundo, a realidade e todas as suas diversas possibilidades.
Assim, quando um menino não pode brincar de boneca ele perde a oportunidade de aprender a ser um pai muito melhor, perde a chance de aprender a cuidar. Uma menina que não pode brincar de carrinho perde a chance de aprender mais sobre carros, velocidade, trânsito e muito mais. Quando uma criança não pode brincar de algo aprende ao mesmo tempo que não há naquele universo espaço para ela do mesmo modo que perde a chance de construir outras possibilidades para a sua história.
Sabemos que o desenvolvimento infantil traz momentos em que os grupos se definem tão claramente que um chega a não gostar nada da presença do outro. Meninos se juntam com meninos e vice-versa. Esse processo natural faz parte do desenvolvimento e é responsável por auxiliar a criança na avaliação e construção do próprio eu. No entanto o desenvolvimento também envolve descobrir o que é ou não agradável para cada um. Por isso escolher brincadeiras e construir seus próprios processos cognitivos é importante para a criança desenvolver o senso criativo e a capacidade de melhorar sua interação social. Ao fecharmos essas portas com nossa delicadeza em definir do que uma criança deve ou não brincar tiramos dela a própria chance de se entender e se construir.
Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina aponta que em um universo de crianças de 4 a 6 anos a tendência maior é que as brincadeiras aconteçam com nichos específicos e delimitados: meninos com meninos e meninas com meninas. Do mesmo modo, quando tendem a escolher livremente meninas buscam a praticidade e meninos a fantasia e o relacionamento social com os pares. Elas brincam de boneca, de casinha, de beleza e de construir coisas. Eles são super-heróis, brincam de carrinho, helicópteros, bombeiros, voam e lutam incessantemente. Do mesmo modo, quando se juntam meninos e meninas as relações sociais e as brincadeiras que remetem a fantasia ganham outros contornos. A pesquisa também apontou que meninos tendem a ser mais rígidos do que meninas nas brincadeiras tidas como do contexto masculino. Ninguém nasce machista, as pessoas se tornam e brincar é o primeiro lugar em que aprendem.
A construção de uma sociedade mais justa e igualitária começa não apenas na mudança cultural que precisa acontecer, começa primeiramente na nossa capacidade de permitir que as crianças livremente construam seus próprios conceitos e suas próprias histórias. Aqui, no nosso mundo de mães, pais, tios, tias, irmãs, irmãos, padrinhos, madrinhas; devemos ser não formadores de um adulto, mas auxiliares para o crescimento das pessoas. Gente é pra brilhar, em qualquer idade, de qualquer tamanho e em todo lugar.
Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina aponta que em um universo de crianças de 4 a 6 anos a tendência maior é que as brincadeiras aconteçam com nichos específicos e delimitados: meninos com meninos e meninas com meninas. Do mesmo modo, quando tendem a escolher livremente meninas buscam a praticidade e meninos a fantasia e o relacionamento social com os pares. Elas brincam de boneca, de casinha, de beleza e de construir coisas. Eles são super-heróis, brincam de carrinho, helicópteros, bombeiros, voam e lutam incessantemente. Do mesmo modo, quando se juntam meninos e meninas as relações sociais e as brincadeiras que remetem a fantasia ganham outros contornos. A pesquisa também apontou que meninos tendem a ser mais rígidos do que meninas nas brincadeiras tidas como do contexto masculino. Ninguém nasce machista, as pessoas se tornam e brincar é o primeiro lugar em que aprendem.
A construção de uma sociedade mais justa e igualitária começa não apenas na mudança cultural que precisa acontecer, começa primeiramente na nossa capacidade de permitir que as crianças livremente construam seus próprios conceitos e suas próprias histórias. Aqui, no nosso mundo de mães, pais, tios, tias, irmãs, irmãos, padrinhos, madrinhas; devemos ser não formadores de um adulto, mas auxiliares para o crescimento das pessoas. Gente é pra brilhar, em qualquer idade, de qualquer tamanho e em todo lugar.
"Quando um menino não pode brincar de boneca ele perde a oportunidade de aprender a ser um pai muito melhor, perde a chance de aprender a cuidar." Nossa, que texto construtivo! Mari, sou seu fã demais.
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